Anti Plágio

...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Meio do Nada.


Nada ao meu redor, fora de mim estou. Quem sou eu e o que faço aqui?
Fora do tudo estou, nada se tem, o que se tem?
Fora do que não se sabe, do que sei, do que fui feito?
Sinto meu coração pular e o suor escorrer, porque tudo isso é assim?
Durante meio século andei no sono questionador e ao acordar vejo o que não existe.

São 03h20min da madrugada, como seria o tempo ao se tornar bomba relógio?
Sinto o sangue correr em minha cabeça, minhas pernas estão dormentes, o que sinto?
Ouço zumbidos nos ouvido, parece que alguém quer se comunicar comigo.
Sinto que teias de aranha tentam me impedir, minha mente fica lenta.
O zumbido fica forte, vejo grande nevoa ao meu redor, aves estranhas, cochichos bem longe.
Sinto meu corpo dormente, sinto-me frio, pessoas falando...
Meu coração começa a ficar dormente, eu não o sinto pulsar.

Lembro de meus desejos de meus amores, das pessoas que desejei, das pessoas que me rejeitaram, das que me disseram: eu te amo, das que falaram por falar, das que mentiram.

Lembro do nojo que eu tinha delas.

Também me lembro das doenças, das pessoas que se diziam doentes, das que tinham medo de ficar doentes. Lembro do amor que nunca existiu em corações humanos, lembro de minha vontade de ter alguém, lembro de quando percebi que o mundo era doente.

Aquele espelho verde que tinha nomes estranhos a sua volta, sim, aquele que me contava as coisas da vida e no qual aprendi muito com ele. Evolui, aprendi, entendi, aceitei e descobri.
Descobri o desconhecido, passei a amar a vida.

Descobri no vazio de mim mesmo o valor que devemos dar ao que temos.

No vazio, na imensidão do nada, descobri que tinha muito.

E quando meu coração me adormeceu, percebi que doentes são os que vivem na ilusão terrestre.

Percebi que a doença está em nossas mentes.

No vazio, longe de mim, longe do físico eu pude me libertar, me regenerar.

Eu era doente, pensei eu. Mas quando retornei ao meu eu percebi: Eu ainda sou.

Quem, o que? O que seria eu?

Jonathan Villaça

Nenhum comentário: